Bom dia,
Hoje eu tenho o orgulho de apresentar a vocês um trabalho de uma colaboradora do blog. Colaboradora autodidata e autoconvidada! Minha amiga e irmã em espírito, Bibi!
Professora, revolucionária e boemia! Minha amiga, enfim!
Alegria Drummoniana
Hoje acordei
sentindo-me diferente...
Acordei com uma
alegria drummoniana! E foi com esse espírito que iniciei meu dia
lendo suas poesias e histórias...
Tramitei por tantos
caminhos. Prosa e verso me levaram a lugares e sensações ora
desconhecidos, ora esquecidos...
Levantei com esta alegria e caminhei. Caminhos estes que acabaram me levando a
visitá-lo em sua casa, Itabira, cidade natal de Drummond. Enfim, um
dia feliz e em ótima companhia. Não poderia sair de lá de qualquer
maneira, me senti convidada por meu anfitrião a visitar sua
exposição “Drummond - Testemunho da experiência humana” , a qual
é itinerante e deve passar por sua cidade também. É só você
acompanhar!
Guiada por meu
anfitrião, visitei as várias fases de sua vida literária onde ele
flertou com a simplicidade, com a indignação, com a política e o
amor! Era como se dialogássemos, onde as respostas aos meus
questionamentos lúdicos e líricos sempre se encontravam na poesia a
seguir. E tudo isso só me foi possível graças a um gentil
funcionário da fundação Carlos Drummond de Andrade, que me
permitiu adentrar ao segundo andar da instituição que já estava
fechado. Perguntei se podia passar e o mesmo me disse:
- A biblioteca já
está fechada.
Retruquei:
- Vim visitar a
exposição de Drummond e não a biblioteca.
E ele prontamente me responde:
E ele prontamente me responde:
- Ah, tá! Pode subir.
Muito atencioso, ele
abriu o andar e a exposição, me deixando a sós com meu anfitrião.
Mas não antes de me perguntar de onde eu vinha. Conversamos um pouco
e percebi em muitos momentos como parecia a ele estranha a minha
presença ali. Eu era a única visitante e fui tomada por uma imensa
curiosidade, então me dirigi ao livro de visitas. Hoje, ninguém
além de mim tinha passado ali e no dia anterior foram apenas 2
pessoas. Daí, o espanto de meu mais novo amigo. Seria irônico, se
não fosse trágico! Estamos em Itabira, cidade natal do poeta e ele
passaria quase que imperceptível se não fossem avenidas com seu
nome e de sua família!...
Considero um certo
ultraje, a indiferença que seu povo o trata. Se fosse no Rio de
Janeiro teríamos dezenas de pessoas transitando, mas aqui me parece
que a Vale e a Unifei tem mais valor. Gostaria de ter conhecido o
pico do Cauê de Drummond, que sucumbiu frente a exploração do
minério. Aguardo o dia em que ele terá o devido respeito em sua
terra, mas nem tudo está perdido para as Letras já que aqui
encontrei um trem. Um trem do qual Drummond se orgulharia assim como
eu. Esse trem não carrega minério, mas sim letras. É “ O TREM
ITABIRANO”! A locomotiva literária e crítica, jornal alternativo
de altíssimo nível e o qual recomendo a todos. Eu mesma fechei meu
dia finalizando a leitura da edição do mês com um bom café.
Fica a lição de que se nem todos os dias são flores, também não são sempre de minério...
Fica a lição de que se nem todos os dias são flores, também não são sempre de minério...
Viviane Morcelle
É mesmo trágico e vergonhoso para uma nação, que seus maiores expoentes culturais não tenham valor em sua terra. Seja na musica, na poesia, na pintura ou mesmo na ciência. Infelizmente vemos exemplos disso o tempo todo. Pessoas que com muito a contribuir para o engradecimento de nosso País acabam encontrando apreciadores no exterior e deixam lá o seu legado, que depois acaba sendo importado pelos que não o valorizaram no início.
ResponderExcluirNa ciência acontece algo ainda pior, mas com o mesmo pricípio:
Perda de patentes para outros países, de avanços alcançados por pesquisadores brasileiros, por falta de apoio e investimento nacional.
É triste, que haja músicos, poetas e cientistas brasileiros célebres e famosos no exterior e totalmente deconhecidos aqui, por que o povo de nossa terra continua valorizando generos importados, como o FUNK, ROCK e POP americano, Enquanto assistem filmes e séries de TV que valorizam a cultura estrangeira, enquanto nada conhecem de sua própria gente e sua propria terra.
Havia na esfinge uma inscrição que dizia: "Homem, conhece-te a ti mesmo"
Como pode um povo ser reconhecido e respeitado pelos outros, sem reconheconhecer-se primeiro, sem encontrar e respeitar sua identidade como um povo?
Como podemos querer que nosso povo seja valorizado, quando não o valorizamos?
Quando diremos ao mundo:" Eu sou um cidadão Brasileiro, e como tal mereço respeito!" se não acreditamos nessas palavras?
Nossas elites por tradição histórica tem seus corpos aqui e seus desejos na Europa ou EUA! Sergio Cabral, pai, no livro A MPB na Era do Rádio, nos afirma que o que nos projeta no mundo são duas produções populares: futebol e música popular!
ResponderExcluirNão há neste país uma preocupação em desenvolver um projeto nacional! Apesar de sermos uma das primeiras potências econômicas mundiais, os nossos políticos e as nossas elites preferem chafurdar na mesquinharia e preservar os avanços técnicos e científicos para si. Eles esperam que acesso a carros, viagens, segurança, aviões e bons salários sejam deles! Quer um exemplo, um advogado no Santos Dumont que foi criticado por não se trajar "adequadamente" num ambiente elitizado! Os críticos?: professores universitários! Nossa elite anseia o glamour! Todos querem os céus parisienses, sua língua, hábitos e comida! Quem quer tornar essa realidade a nossa? Quem quer incorporar uma identidade que foi forjada na nossa história? Só o povo! O povo produz cultura! Nossas elites só REPRODUZEM, imitam e invejam! Suas ruas estão em inglês, suas comidas se pronunciam em francês, seus filhos tem nomes importados!
Viviane é incrível como as pessoas esquecem de quem tão bem representa nossa pátria
ExcluirNo Rio também não o respeitam como deveriam respeitar. Esta estátua está sem óculos como eventualmente a do RJ está. Mas claro que no Rio o interesse a exposição seria maior por conta até mesmo de uma possível grande divulgação, o que acha? Gostaria de ter tido o mesmo prazer que você teve mas não se lamente pelos desinteressados e se orgulhe por se identificar tanto com a grande arte de escrever do também grande artista escritor Drummond
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