Bom dia,
Revirando uns mails antigos achei uma postagem minha de 2009 em um curso de especialização EAD da Gama Filho que compartilho com vocês agora.
Este curso não me foi possível levar a termo pelo descredenciamento da universidade junto a UAB por inadimplência! O que foi uma pena já que o curso em muito me acrescentou!
Este material fez parte de um fórum de discussões que tratava da Educação Matemática. Esse texto 2 referenciado já não o possuo.
Mudanças
e dificuldades apresentadas no processo
educacional matemático
No
texto 2, o profissional em educação matemática, somos levados a
refletir dentro de uma perspectiva histórica as mudanças e
dificuldades destas mesmas mudanças nas metodologias e práticas por
parte dos educadores matemáticos.
A
primeira mudança posta em evidencia já no primeiro parágrafo do
texto e que sintetiza as conquistas educacionais proporcionadas pelas
ciências que subsidiam essa mesma ação educacional é:
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O educador
matemático é aquele que concebe a Matemática como um meio: ele
educa através da Matemática. Tem por objetivo a formação do
cidadão e, devido a isso, questiona qual a Matemática e qual o
ensino é adequado e relevante para essa formação.
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Esta
concepção de educador matemático entra em acordo com o pensamento
Paulo Freire (2002, p. 13), “de que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a
sua construção”. Esta mudança é fundamental. Nela, o educando
deixa de ser agente passivo do processo e se torna elemento ativo, ou
seja, ele deixa de ser “um problema” para se tornar “uma
solução”.
Esta
é a mais fundamental mudança. A percepção da educação
matemática por sua perspectiva holística, onde educador, educando e
educação são elementos de um processo dinâmico e complementares
entre si.
Dentre
outras mudanças que são arroladas destacamos:
O
surgimento de um novo campo de pesquisa denominado Educação
Matemática;
Mudanças
curriculares;
Emprego
de novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem;
Implementação
de políticas de educação continuada para os educadores em geral e
para os educadores matemáticos em particular e
Inovações
nos métodos e processos de avaliação.
Acima
alinhamos as mudanças promovidas e, quais seriam as dificuldades nas
aplicações?
Aqui
nos deparamos com uma gama muito ampla, por isso, destacamos algumas.
Formação
A
formação do educador de matemática é ainda hoje dominada por
professores nas universidades que são de fato matemáticos e, que
por terem uma formação pedagógica deficiente, tendem a tentarem
formar matemáticos e não “educadores matemáticos”.
Neste
ponto, mostra-se premente a necessidade da formação continuada do
profissional.
Carga
horária e salários
Aos
educadores no geral é imposta uma carga horária excessiva de
trabalho com salários insuficientes. Este binômio desestimula a
prática da pesquisa por ampliar em muito o desgaste destes
profissionais.
Autonomia
parcial
Em
um ambiente de trabalho onde o educador está a serviço de uma
instituição particular, a sua autonomia é parcial. Este responde
as determinações de uma direção com interesses focados
essencialmente no lucro e não na educação. A ação de um
educador-pesquisador é extremamente experimental e variável segundo
as circunstâncias sociais, etárias e experenciais do grupo de
alunos com o qual ele esteja desenvolvendo um trabalho. Um trabalho
que “desagrade” aos seus diretores lhe vale minimamente uma
determinação de enquadramento as regras da instituição.
Assim,
concluímos que as implementações das mudanças nas abordagens
metodológicas e pedagógicas na educação matemática, por parte do
educador, encontram facilitadores no material farto e variado nas
pesquisas da psicologia, educação matemática, na etnomtemática,
na modelagem matemática e, em muitos outros campos de pesquisas. As
dificuldades existem e são muitas e muito contundentes, contudo, um
educador comprometido com o seu trabalho e com os seus alunos não
pode deixar passar a oportunidade de se superar na sua ação
educacional por motivos das dificuldades mesmo que sejam muitas, pois
a educação tem uma dimensão que nos obriga a um maior
comprometimento. Nas palavras de D’Ambrósio:
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Em
termos muito claros e diretos: o aluno é mais importante que
programas e conteúdos. Se o objetivo é Paz,
a Educação é a estratégia mais importante para levar o
indivíduo a estar em paz consigo mesmo e com o seu entorno
social, cultural e natural e a se localizar numa realidade
cósmica.
Eu
poderia sintetizar meu posicionamento dizendo que só se justifica
insistirmos em Educação para todos se for possível conseguir,
através dela, melhor qualidade de vida e maior dignidade
da humanidade como um todo, preservando a diversidade
mas eliminando a desigualdade discriminatória, dando, assim,
origem a uma nova organização da sociedade (grifos nosso).
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Logo,
a educação tem a dimensão da paz, da dignidade humana, do respeito
à diversidade e de uma nova organização da humanidade.
Referências
Bibliográficas
GAMA
FILHO. Tendências
do ensino da matemática: fundamentos teóricos e metodológicos.
Brasília-DF:CETEB, 2007.
FREIRE,
PAULO. Pedagogia
da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
25. Ed. São Paulo:Paz e Terra, 1996