quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Um pequeno conto de terror urbano...

Madrugada de dezembro.

Estou só. Deitado na cama com o suor escorrendo pelo meu corpo pois não há energia elétrica... Sem luz, sem ar... Lá fora o mormaço e os mosquitos imperam. Sem cães ladrando, sem vento, sem lua... Aqui a insônia é alimentada pelo ensurdecedor som do relógio mecânico...

Tic, tac...

O breu só é quebrado pela chama de uma vela fugaz que está no corredor...

Tic, tac, tic, tac...

O tremular do fogo e o som de martelo do despertador são quase hipnóticos...

Tic, tac...
Meus pensamentos divagam... A cabeça pesa... Bocejo...

Tic...

De súbito sinto um leve frescor em meu rosto... Uma mão suave percorre o meu corpo... Uma boca toca a minha boca...

Tac...

Um barulho aterrorizante toma conta do meu quarto!


O rádio , o ventilador e a lâmpada do teto ligam...

Acordo ofuscado, confuso... Há uma penumbra, uma mancha no ar...

A barata voa para longe de mim!...

Congelo! Para minha percepção o tempo para! Meus músculos são tomados de uma catalepsia arrebatadora. A voz fica presa em minha garganta. O suor fica frio. O coração dispara. Sinto o peito doer! O revoar frenético das asas do monstro me passam em câmera lenta! Olho para o corredor buscando forças para ensaiar uma corrida... A vela se apagou... Finalmente piso no chão após desviar daquela criatura que me tocou os lábios... Sinto ânsias de vômito...
O rádio desliga novamente... O ventilador para de girar... A lâmpada escurece...

2 comentários:

  1. Parece que já me vi nessa situaçao!!! Kkkk

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  2. Todos temos situações e momentosde terror. Depende de acaso e disposição psicológica. Tem pessoas que tem medo atéde palhaços! É a coulrofobia.

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